Monday, March 24, 2008

FINALMENTE DE VOLTA...


Sempre disse que as melhores surpresas são aquelas que vêm muito tempo depois de termos perdido a esperança. Sei que os meus leitores (poucos, conhecidos e na sua maioria amigos) já se perguntavam o porquê do meu silêncio. 2007 foi o ano boom. "Honey boom" e baby boom.

Quando anunciei o meu enlace estava longe de imaginar que se seguiria o enlace profissional com novos empregadores e daí, o maior enlace de todos, com um ser pequenino que é o meu mais recente filho de três meses. São razões de sobra para não me sobrar tempo para escrever. Aliado ainda ao facto de, dado o tempo entretanto decorrido, me ter esquecido da palavra passe...
De todo o modo, a inspiração tem de ser trabalhada e cultivada, e o meu recente rebento carece de maior atenção. 
E eu, por muitas noites que não durma e fraldas que mude, nunca me sentirei tão descansada como agora. Achava eu que uma jovem (na casa dos trinta...) aspirante a executiva não se coadunava com fraldas sujas, mas há coisas bem mais sujas que as fraldas do meu filho. 

Em tom de sumário, que os textos "testamentários" são para solteiros, só há algo que me entristece. O meu cão já não vive connosco. Antes que retirem um sentido melo-dramático desta expressão, passarei a explicar: para quem o conhece, e nos conhece, era impossível manter juntos um bull terrier que deseja ardentemente morder em todos os objectos que encontra pelo caminho e uma criança recém-nascida. Optámos, naturalmente, pelo bem estar da segunda. O primeiro, segundo sei (queria saber mais, mas o decoro obriga-me a não elefonar todos os dias ao actual dono..) vive muito bem e provavelmente já não se lembrará de mim. 

Mas não deixo de pensar no Camões todos os dias um bocadinho. 

Na forma arrastada como se levantava da cama e na energia imparável com que me estragava os chinelos. 

Nas noitadas em que se deitava ao meu colo com trinta quilos de peso como se fosse um peluche de três quilos.

No olhar "gato do Shrek" com que pedia comida e na fúria "assassina" quando não acediamos aos seus pedidos.

Espero que um dia o meu filho tenha o mesmo carinho por um bicho como tivemos por ele. Soa a patético, talvez. Mas não há quem resista a uma memória feliz. 

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