Wednesday, April 23, 2008

O regresso à origem do problema

Cerca de uma semana antes do dia do trabalhador, regressei, volvidos 4 meses, ao trabalho. 

Muito pouco convicta de que a vontade fosse a de regressar, mas sem grande alternativa. Tive quatro meses a que, por meio de contrato de prestação de serviços inseguro a que me vinculei, não teria direito mas que gozei até ao tutano.

Primeiro dia de trabalho, segunda feira. Já por si uma neura, mais quando falamos da primeira segunda feira após quatro meses de segundas feiras que eram iguais aos restantes dias da semana.

Mas muito bem, pintei-me e vesti-me como já não era habitual. Tudo correu bem de manhã, enquanto atravessava um Marquês de Pombal solarento e sentia aquela força executiva de uma mulher de sucesso logo às 09h00. 

Chegada ao local, os cumprimentos efusivos após longo período de ausência foram a manifestação mais simpática que recebi nos últimos tempos (tendo em conta que o meu filho ainda não agradece a sua existência). 

Pior, é que não podemos passar o dia a matar saudades ou a contar as gracinhas do bebé. 

Logo uma enchente de processos e prazos e telefonemas e cartas e emails, como se num dia só eu tivesse que demonstrar que a minha capacidade de raciocínio, organização, metodologia e disciplina não tinham ficado por casa (partindo do pressuposto que existem em geral), entre as fraldas do meu filho e os sonos mal dormidos. 

Como sou rija, isso já percebi, não dei parte de fraca e venham de lá esses quinhentos processos que estavam mansinhos à espera do meu retorno para me demonstrarem que é bem verdadeira a expressão "não há bem que sempre dure". 
O pior é a que a sexta 25 que já previa de descanso para a retornada guerreira será, afinal, um pouco mais do mesmo que tenho vivido nos meus últimos anos, i.e., trabalho e trabalho. 

Só que, agora, é menor a vontade de demonstrar perante a entidade "patronal" a mesma fúria assassina de profissionalimo do que a vontade de demonstrar ao meu filho que nem um  prazo judicial de último dia me demove da nova qualidade em que intervenho, a de mãe.

 Tenho uma amiga que, se lesse este post, principalmente a parte final, diria que soa a piroso. 

E é verdade, mas não há nada mais piroso que pretensos pseudo-intelectuais frios que não dizem, de vez em quando, umas palavrinhas de afecto a soar a delicodoce... 

E eu adoro uma boa palavrinha de afecto.

Monday, April 14, 2008

Projecto de fugir...


Hoje volto a dedicar este espaço a um dos meus programas favoritos - Project runway.
Há uns dias passaram na Sic Mulher a primeira série, que acompanhei avidamente. 
Tenho-me apercebido, nos últimos tempos, da existência de interesses (meus) antagónicos com aquilo que escolhi fazer da minha vida. 
Um deles é o estilismo. 

Curiosamente, não me interesso muito pelo estilismo real nem com as derradeiras tendências da moda, mas gosto de desenhar. Só isso. Se me derem um papel e um lápis, desenho num ápice. 

Mas não foi por essa razão que me tornei uma viciada no Project Runway. A criatividade, por si só, é um ponto de agrado mas o que me prende ao programa é a personalidade dos concorrentes. 
Já antes, neste espaço, me pronunciei quanto às personalidades complexas que povoam o programa. Nada mudou, curiosamente, de série para série. Não sei onde os vão buscar, mas temos todos os estéreotipos de pessoas que a psicologia vem desenvolvendo.

O homossexual assumido, vestido com bom gosto, voz aguda e trejeitos estranhos;

A menina/menino de cor, que pode oscilar entre demasiado apagado ou totalmente snob;

O convencido que só vê o seu umbigo;

A modesta menina bem comportada que até tem outra profissão mais clássica;

O straight guy que resolveu ser designer porque os papás tem dinheiro;

A latina/latino que enche a passarela de peças de roupa ao estilo sexy que só os latinos sabem dar;

O bebé chorão que chora porque fez um bom trabalho e chora porque foi expulso;

A Miss Perfection que afinal também tem telhados de vidro...

Enfim, é disso que gosto no Project. 

Mesmo que as roupas sejam, por vezes, de fugir, e que já ninguém aguente a voz aguçada da Heidi Klum, o ar pedante da Nina Garcia (que foi recentemente expulsa da Elle, e ainda bem); as mariquices do Michael Kors, a verdade é que ver um pouco de nós (e de muita gente que conhecemos), assim, tão despido de preconceitos, é altamente viciante.

Só por isso, vale a pena o esforço. 

Como diria Tim Gunn, they make it work.

Monday, April 07, 2008

Ode ao casamento

No outro dia, num desses programas de audiência, a Oprah, que por acaso apanhei enquanto fazia zapping (longe vão os tempos em que via a Oprah com adição), pediu ao público que descrevesse, em cinco palavras, o respectivo casamento.

Num exercício de curiosidade, casada que estou há quase um ano, fiz a minha lista mental, que aqui deixo:

Sintonia: O meu marido diz que lhe termino as frases todas e irrita-se com o facto. Eu digo que temos uma excelente sintonia. Ele nem precisa de terminar as frases, porque já imagino o que vai dizer. Não percebo porque se irrita...

Gastronomia: Dizem as más linguas que se apanha um homem pelo estômago. Pois em casa quem cozinha é o meu marido. Cozinha muito bem e eu estou farta de tentar fazer o mesmo, sem sucesso. Não sou dada à cozinha. Digamos que uma mulher que sabe lavar a loiça e a roupa não tem dotes de culinária. Ou não precisa de ter, que é ainda melhor. 

Sexo: Só tem uma diferença quanto ao namoro. Não precisa de ser só aos fins de semana ou férias e em pousadas de portugal... De resto, é de aplaudir (que me perdoem os puritanos, mas a Oprah apelou à máxima honestidade)

Sofá: Temos ambos uma apetência e gosto enormes pelo acto de estar "espojado" no sofá, mas sabemos muito bem o lugar que cada um ocupa, os programas a ver, quando é que eu adormeço, quem dá colo a quem e a que horas nos arrastamos para a cama. E isto, meus amigos, não se encontra com facilidade.

Paixão (na versão amor, permanente e irretractável): Last but definitivamente o mais importante. 

Venha a Oprah com as teorias dos maus casamentos, a mim o que me parece é que há tampos e panelas que tentaram encaixar em vão. 

Não foi, mais do que certamente, o meu caso. 

Friday, April 04, 2008

O tempo e o que fazemos dele

Tenho pouco tempo. 
Às vezes sinto que me falta tempo para tudo. 
Para o meu filho, para a minha vida familiar, para gozar os meus amigos. 
Desperdiço tempo com coisas fúteis e desnecessárias. Vejo os fins de semana sempre com a mesma ansiedade e quando eles chegam, continuo a desperdiçar tempo. 
É sexta e o meu espírito poderia ser da mesma ansiedade alegre do começo de fim de semana. Mas hoje não me sinto assim. 
Talvez porque não há planos de fim de semana que me dêem tempo para estar com as pessoas que me fazem falta. 
Há pessoas que me fazem muita falta, naquilo que representam para mim. E que às vezes vão tendo a sua vida, com pouco tempo para se ocuparem também da minha. 
Tenho uma tristeza estranha que sei que passará ainda hoje. 
Mas dizem que se escreve melhor quando se está triste. 
Não sei equacionar. Mas é sexta à noite e as minhas tristezas são sempre de uma ambiguidade assustadora. Já me conformei.
O que eu fizer do meu tempo, mesmo que o faça sozinha, é mais e certamente melhor do que perder tempo a pensar nisso. 

Thursday, April 03, 2008

PUBLICIDADE O QUANTO ENGANAS....


Há uns tempos atrás, prestei especial atenção ao novo anúncio da Dove, que trazia ao conhecimento um sem número de mulheres ditas "normais", em trajes "menores", por forma a demonstrar que a beleza não é necessariamente sinónimo de medidas anorécticas e que esta publicidade não se trata de publicidade enganosa. 
Interessei-me especialmente pela mensagem explícita do anúncio publicitário pois, como milhões de mulheres, há dias em que me sinto bonita e outros que nem tanto...mas uma coisa é certa, todos os dias tenho interesse em sentir-me "asseada" e sou apreciadora de Dove.
Estes pensamentos, aparentemente fúteis, levaram-me a ter outros que dizem respeito à publicidade em si.
É que, se repararem bem, alguma das senhoras ditas de beleza real está por depilar? Não...
E os cabelos, não vos parecem todos arranjados e até colorados para quem está em casa de roupa interior? Pois é...
Aí têm, a beleza real tem destas coisas. 
É politicamente correcta e esconde a censura pública. 
E aí têm.. De volta à publicidade enganosa...

Sunday, March 30, 2008

UMA PEQUENA FICÇÃO DE DOMINGO

Era uma vez um miúdo hiperactivo. 
Acordava de vinte em vinte minutos com ganas de ver sombras na parede. 
Torcia o pescoço para ver tudo à sua volta. 
Tirava o lençol e os cobertores das pernas com pequenos e fortes pontapés. 
Agarrava a chucha para fazer sons inacreditáveis que se assemelhavam a cânticos ciganos com um pouco de fado à mistura. 
Tudo se esperava desse miúdo. 
Que crescesse depressa e bem, que fosse inteligente, porventura doutor ou arquitecto, pianista, de boa índole, com bom carácter e recto. 
Ele, por ora, só se interessava em sombras na parede e em que dançassem com ele ao espelho. Ria-se que nem um miúdo se ri. Soltava gargalhadas. 
Porque as cólicas já tinham passado tinha um misto de tranquilidade adulta e de hiperactividade infantil. 
Quando se chateava, torcia-se todo e tentava chorar, mas só conseguia ficar muito vermelho. Dava gritinhos quando não via os pais no ângulo de visão ou quando o punham no tapete de actividades com todas as músicas ligadas ao mesmo tempo. 
Esse miúdo não imaginava, e ainda bem, tudo o que esperavam dele. 
Bastam-lhe as sombras na parede e que dancem com ele ao espelho. 

Friday, March 28, 2008


A febre de Sexta à noite nunca soube tão bem quanto agora. É verdade que há quase quatro meses que estou em casa, pelo que a sensação de sexta se repete indefinidamente todos os dias de semana. 
Mas, on a closer look, não é bem assim. 
É que o dia a seguir é comungado com a mesma felicidade pelos outros membros da família, vulgo o marido e até o filho. Parece que o meu rebento já percebe quando é fim de semana. Talvez porque na sexta a televisão fica ligada mais tempo e o meu cansaço, ainda que tenha atingido um grau inexplicável, abstrai face à alegria já tradicional de uma sexta à noite.
É um fenómeno curioso. 
Já não me fazem falta as grandes noites de sexta, com direito a jantar e a bar e a discoteca e a uma quantidade irrevelável de bebidas alcoólicas.
Continuo a gostar de jantaradas e de música (dispenso as bebidas alcoólicas por ossos do ofício maternal), mas não há nada que eu não possa ter em casa, com um grupo de amigos. 
Ou estou a ficar velha, hipótese que não excluo, ou estou a ficar menos paciente. 
Porque há uma enorme dose de paciência associada a ficar duas horas para estacionar na 24 de Julho, mais uma hora para nos servirem, mais duas para que nos tragam uma caipirinha e acabar a noite numa discoteca à pinha em que só se consegue ouvir uma conversa na casa de banho.
Decididamente, se isto é estar a ficar velha, não tenho nada a opor (das rugas trato eu, para além de que sempre me pareceu que a frequência assídua de discotecas me daria mais rugas do que três sessões seguidas de cinema em casa).

Tuesday, March 25, 2008


Enquanto fumava um cigarro na varanda desperdicei alguns pensamentos soltos acerca do poder dos comportamentos. 
Desenganem-se aqueles que, por verem Freud pelos olhos de Warhol, já esperam que vos fale de líbido e desejos sexuais. Esta imagem destina-se tão simplesmente a captar atenções. Poderia chamar-se um teaser. 

Do que pensei enquanto fumava era de desejos menos carnais e digamos, apenas psicológicos.
 
Todos os sábados, pelas 23h00, estou sentada em frente da televisão para ver Project Runway.

 "sixteeeennn designers" como grita Heidi Klum (em tom agudo) tentam a sua sorte num concurso que poderia ser só de design. 
Se assim fosse, não teria a piada que tem. 
É que há muito tempo não via melhor representação da natureza humana, no seu pior (e melhor). 
Os concorrentes são muito mais do que designers, são pessoas hipócritas, mesquinhas, fracas, divertidas, ruins, cínicas e patéticas. Nada me faria rir, desde talvez as primeiríssimas edições do Big Brother e os pontapés que de lá saíam, tanto como o Project Runway. 
E agora perguntam-se vocês: o que raio tem isto a ver com Sigmund Freud? Tudo a ver. 

É que às vezes ponho-me a pensar o quanto mascaramos as nossas fraquezas em comportamentos de aceitação social. Mas quando sonhamos, não há filtros. E o Project Runway lembra-me isso mesmo. Faltam filtros, vale tudo. 

Querem coisa mais refrescante para Sábado à noite?

Do que sinto mais falta é de dormir. 
Dormir durante mais de quatro horas. 
Não precisar de livros aborrecidos para me atirar aos prazeres de um bom colchão colunex e de uma boa almofada. 
É terrível não conseguir dormir quando todos à nossa volta ressonam, mesmo que silenciosamente. 
Não há revista de fofoquices, dez cigarros e chá que me dê de volta a consciência tranquila de uma boa noite de sono. 
Dizem que é da maternidade e resigno-me a aceitar que serei para sempre quem  gastará mais horas de manhã a disfarçar as olheiras. 
Para já, tenho cartão de cliente nas perfumarias onde se adquirem milagres de maquilhagem e conta aberta, segundo espero, nos agradecimentos que o meu filho, quando crescer, irá transformar em pequenas dádivas que espero se assemelhem àquelas que Maria Dolores recebe de Cristiano Ronaldo. 

Nem um pouco menos. Nem que o destino do meu filho passe pela bola, o que, nos dias que correm, é bem maior motivo de orgulho do que qualquer curso de Medicina...

Monday, March 24, 2008




Quando se começa, já não se consegue parar. Esta vontade de publicar é viciante. O meu filho está finalmente calmo (significa que me deixa cerca de dez minutos de "alforria"). Dez minutos servem para muita coisa, como tive oportunidade de aprender nos últimos tempos. 
Para já, um banho de cinco minutos pode não ser o conceito mais restrito de asseio, mas sempre é melhor que não tomar banho. 
O almoço, em dez minutos, exige igualmente criatividade (e boas panelas). No caso, uma torradeira e um micro-ondas fazem o serviço.
As inconstâncias de um recém nascido fazem crescer em nós a certeza de que não há nada a que se não resista. 
Dormir três horas por noite, muito fácil... 
Embalar um berço com o mesmo braço durante vinte minutos seguidos, piece of cake.
Houve quem dissesse que ter um filho é o maior potencial de infelicidade que pode haver. Por muito dramático que possa soar, nada é mais verdadeiro. 
Que venham julgamentos perdidos, prazos difíceis, discussões ou momentos de depressão. 
Mas o recém-nascido que não se atreva a dar-nos preocupações, porque essas sim, fazem-nos "suar as estopinhas". 
E mais não digo, que a maternidade deve ser vivida no recato de cada um...


FINALMENTE DE VOLTA...


Sempre disse que as melhores surpresas são aquelas que vêm muito tempo depois de termos perdido a esperança. Sei que os meus leitores (poucos, conhecidos e na sua maioria amigos) já se perguntavam o porquê do meu silêncio. 2007 foi o ano boom. "Honey boom" e baby boom.

Quando anunciei o meu enlace estava longe de imaginar que se seguiria o enlace profissional com novos empregadores e daí, o maior enlace de todos, com um ser pequenino que é o meu mais recente filho de três meses. São razões de sobra para não me sobrar tempo para escrever. Aliado ainda ao facto de, dado o tempo entretanto decorrido, me ter esquecido da palavra passe...
De todo o modo, a inspiração tem de ser trabalhada e cultivada, e o meu recente rebento carece de maior atenção. 
E eu, por muitas noites que não durma e fraldas que mude, nunca me sentirei tão descansada como agora. Achava eu que uma jovem (na casa dos trinta...) aspirante a executiva não se coadunava com fraldas sujas, mas há coisas bem mais sujas que as fraldas do meu filho. 

Em tom de sumário, que os textos "testamentários" são para solteiros, só há algo que me entristece. O meu cão já não vive connosco. Antes que retirem um sentido melo-dramático desta expressão, passarei a explicar: para quem o conhece, e nos conhece, era impossível manter juntos um bull terrier que deseja ardentemente morder em todos os objectos que encontra pelo caminho e uma criança recém-nascida. Optámos, naturalmente, pelo bem estar da segunda. O primeiro, segundo sei (queria saber mais, mas o decoro obriga-me a não elefonar todos os dias ao actual dono..) vive muito bem e provavelmente já não se lembrará de mim. 

Mas não deixo de pensar no Camões todos os dias um bocadinho. 

Na forma arrastada como se levantava da cama e na energia imparável com que me estragava os chinelos. 

Nas noitadas em que se deitava ao meu colo com trinta quilos de peso como se fosse um peluche de três quilos.

No olhar "gato do Shrek" com que pedia comida e na fúria "assassina" quando não acediamos aos seus pedidos.

Espero que um dia o meu filho tenha o mesmo carinho por um bicho como tivemos por ele. Soa a patético, talvez. Mas não há quem resista a uma memória feliz. 

Saturday, April 14, 2007




Está quase...

Estou stressada!!!
Isto de ter um enlace dentro de mês e meio é fantástico para os convidados mas convida à bebida e ao desespero pelos noivos.
Não percebo porque não larguei os cordões à bolsa e contratei quem se stressasse por mim.
Quem fosse pago para se stressar.
Deixando-me a mim a braços com dois ou três dias de SPA. E a preocupação de chegar a horas à prova do vestido e não ser ostracizada por dedicar o meu tempo a coisas fúteis.
É muito bom ter tempo para as coisas fúteis. Venham os pseudo-intelectuais referir que a falta de leitura de algumas pérolas da literatura fundamentalista nos emburrecem, mas não há literatura que nos transmita a adrenalina saudável que uma boa corrida até ao SPA nos pode trazer.
Agora, lamentando aos poucos leitores que encontraram estranho interesse nas minhas sagas bloguistas, tenho alguns assuntos dignos de me "alimentar" o stress para resolver.
Até lá, fiquem com a certeza de que ainda me encontro sóbria.

Thursday, February 22, 2007

Tornei-me viciada na Anatomia de Grey. Nada de especial na série.

Já antes me tinha viciado no Dr. House, no Nip Tuck, nos Homens do Presidente, no Lost e no Entourement.

Já me viciei em todas as séries, desde que as veja a partir da meia noite. Quando não se tem tempo para ter uma vida normal e normlamente divertida durante o dia, não vejo outra hipótese do que entrar pela noite dentro. Deito-me irremediavelmente depois das duas da manhã.

No outro dia irritei solenemente o meu "companheiro" com considerações como: temos de começar a deitar-nos mais cedo, olha as minhas olheiras e rugas e mau ar...

Não descontei, contudo, o simples detalhe de que sou eu, na maioria das vezes, que exige peremptoriamente a diurnidade das séries com começo às 12h00.

O meu "companheiro", resignado e educado, aceita que eu proteste pelas rugas e olheiras com o mesmo paciente comportamento com que põe o DVD face às minhas exigências.


Ser mulher e estar a ficar velha é insuportável...

Thursday, February 15, 2007

Não sei como é que isto me aconteceu, mas já estou registada como Google Blogger. Aparentemente, seria uma opção. A única diferença é que, caso não me registasse nesta coisa, não estaria aqui a relatar. nem aqui nem em lado nenhum.

Estas "falsas" opções fazem-me recordar outras, as de trabalho.

Aquelas em que até parece que estamos a trabalhar com gosto, e até parece que estamos a escolher como fazer o que quer que estejamos a fazer, e que até parece que nos estamos a divertir. O esforço pelo riso fácil vem-se tornando cada vez mais difícil.

Hoje mais um julgamento, tanto como na segunda e na quarta... Estou esgotada, farta de vestir e despir toga, de tomar apontamentos e chamar indiscriminadamente senhora testemunha a quem me aparece à frente com um microfone em punho. Isto dos julgamentos é divertido é para quem assiste.

Hoje ouvi falar do Elogio do Fracasso e do fracasso que o escritor se prepara para viver na Linklaters.
Aparentemente, Jorge Bleck sente-se acusado e de resposta diz que nunca apalpou nenhuma estagiária.

Sinceramente, não entendo estas crises. O rapaz, conforme confirmado pelo próprio Jorge Bleck, até que é um rapaz inteligente. Gosta de livros, de filosofia e de música em geral.

Mas lembrou-se de publicar um livro que, ainda que estivesse escrito há três anos, sai precisamente quando o rapaz é estagiário num escritório de tubarões.

Diz-se que não importa só ser, é preciso aparentar.

E eu acho, honestamente, que as críticas que se geraram à volta deste livro, vindas de dentro do escritório, não se compreendem e aparentam algo mais...é que, se quem não deve não teme, eu até acho que se devia promover o rapazinho de estagiário a estagiário senior, dando-lhe liberdade expressiva e aplausos de quem não deve e não teme.

O previsível despedimento, contudo, cria mais desconfortos que alívios.
Vamos ver no que isto dá...

Wednesday, January 31, 2007

Hoje li um post que me deixou triste. Não percebi bem o conteúdo mas pareceu-me que um caozinho amigo de uma amiga teria falecido. Não sei se por estar mais sensível a tudo o que se relaciona com a raça canina, mas enchi-me de uma estranha tristeza como se o conhecesse há muito tempo. Pensei no meu pequeno universo. E na alegria que é chegar a casa e ser acolhida furiosamente por D. Camões e pelo monte de pelo branco que se arrasta.

Monday, January 29, 2007



Pois bem, para bom entendedor...
O meu D. Camões está numa fase terrivelmente mimada. Ladra porque quer ir à rua, ladra porque lhe grito, ladra porque lhe arranco os meus chinelos semi-comidos dos dentes, ladra se não lhe dou a melhor fatia de queijo que acabei de cortar para mim, ladra porque está frio e está calor e não tem água e quer um biscoito e viu uma cadela que lhe agradou...

Mas depois ganhou outro hábito a que é impossível resistir: chamamos-lhe o trepa colos tacitamente aceite.

A história é a seguinte: quando já estamos literalmente esparramados no sofá, cada um a dormir para seu lado, o Camões sobe ligeira e muito discretamente com uma patinha só para um dos joelhos dos donos. Após confirmação de que estamos a dormir (já não estou, é certo, senão não conseguiria relatar...) e perante e falta de atitude reprovadora, põe a outra patinha no outro joelho e encosta o focinho para se certificar de que nem estamos a dar por isso. Após duas ou três fracções de segundo sem qualquer reacção da nossa parte (já o topámos) põe uma patinha traseira com um cuidado cirúrgico. E depois, sem mais, atira-se para o colo e aninha-se no único espaço que esteja livre, greralmente de dois centímetros, enrolando-se descadaramente sobre si e tapando o focinho com a cara (tipo: não fui eu... e não me gritem).

Como se, depois de uma cena destas, fosse possível gritar...

Thursday, January 18, 2007

Após vários pedidos de fãs, aqui estou eu!

Renovada no novo ano, cheia de tosse que já vem do ano passado e com aquele habitual e furioso stress de quem está prestes a dar um passinho pequenino de felicidade conjugal.

Ando feliz. Há coisas que nos deixam assim. A preparação de alguns eventos, o sujeito participante, o meu cão e os amigos. Também alguns court cases me animam.

Estou essencialmente calma. Não sei se será da tosse ou dos antussicos ou do Centrum ou de 2007 em geral.

Mas este estado chega a ser imbecil e tão levitante.

Só me resta dizer, em tom de miss Portugal 1985, que também adoro criancinhas e paz do mundo. Mas a minha visão crítica ainda não me permite.

Fico-me por aqui ou desconfio que vou começar a dizer parvoíces.

Friday, December 29, 2006

A um passo do Ano Noivo e só penso em noivados. Talvez por isso tenha escrito
Noivo... Estou cheia de dicas e contactos e conselhos e nem sei por onde me virar. Era bom que tivesse uns bons tostões para contratar quem me tratasse de tudo, menos vestir vestidos de noiva. Adoro vestir vestidos de noiva. São pesados, impõem respeito e aquele ritual do tira por cima aperta, reaperta, agarra a saia ao caminhar é enternecedor. Ontem fui experimentar os primeiros. Não sabia dos palanques que as lojas colocam nos vestuários nem do par de sapatos de noiva que aí deixa perdido, quem sabe a inspirar a compra dos acessórios. Tenho de dar a mão à palmatória - no século XVI é que se vivia. Não há nada mais sensual que saias enormes a arrastar pelo chão nem nada mais snob que vestidos de seda selvagem. Voltar à calça de fazenda, depois de carregar um "fardo" assim, foi um tédio. Principalmente, se temos de trabalhar à tarde...