Wednesday, April 23, 2008

O regresso à origem do problema

Cerca de uma semana antes do dia do trabalhador, regressei, volvidos 4 meses, ao trabalho. 

Muito pouco convicta de que a vontade fosse a de regressar, mas sem grande alternativa. Tive quatro meses a que, por meio de contrato de prestação de serviços inseguro a que me vinculei, não teria direito mas que gozei até ao tutano.

Primeiro dia de trabalho, segunda feira. Já por si uma neura, mais quando falamos da primeira segunda feira após quatro meses de segundas feiras que eram iguais aos restantes dias da semana.

Mas muito bem, pintei-me e vesti-me como já não era habitual. Tudo correu bem de manhã, enquanto atravessava um Marquês de Pombal solarento e sentia aquela força executiva de uma mulher de sucesso logo às 09h00. 

Chegada ao local, os cumprimentos efusivos após longo período de ausência foram a manifestação mais simpática que recebi nos últimos tempos (tendo em conta que o meu filho ainda não agradece a sua existência). 

Pior, é que não podemos passar o dia a matar saudades ou a contar as gracinhas do bebé. 

Logo uma enchente de processos e prazos e telefonemas e cartas e emails, como se num dia só eu tivesse que demonstrar que a minha capacidade de raciocínio, organização, metodologia e disciplina não tinham ficado por casa (partindo do pressuposto que existem em geral), entre as fraldas do meu filho e os sonos mal dormidos. 

Como sou rija, isso já percebi, não dei parte de fraca e venham de lá esses quinhentos processos que estavam mansinhos à espera do meu retorno para me demonstrarem que é bem verdadeira a expressão "não há bem que sempre dure". 
O pior é a que a sexta 25 que já previa de descanso para a retornada guerreira será, afinal, um pouco mais do mesmo que tenho vivido nos meus últimos anos, i.e., trabalho e trabalho. 

Só que, agora, é menor a vontade de demonstrar perante a entidade "patronal" a mesma fúria assassina de profissionalimo do que a vontade de demonstrar ao meu filho que nem um  prazo judicial de último dia me demove da nova qualidade em que intervenho, a de mãe.

 Tenho uma amiga que, se lesse este post, principalmente a parte final, diria que soa a piroso. 

E é verdade, mas não há nada mais piroso que pretensos pseudo-intelectuais frios que não dizem, de vez em quando, umas palavrinhas de afecto a soar a delicodoce... 

E eu adoro uma boa palavrinha de afecto.

1 Comments:

Blogger Nuno Cardoso Ribeiro said...

ahahahahah....organização...ahahahhahaha...capacidade de organização...ahahahahahahah

Seja V.Exa. bem retornada!!

7:46 AM  

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